Prevenção de quedas
A Doença de Parkinson pode levar a quedas em qualquer momento da doença, a depender do aspecto da doença, do tratamento realizado, da idade e das comorbidades associadas.
Os sintomas motores são frequentemente a causa, mas há muitos fatores que contribuem para as quedas do paciente. Entender todos os fatores associados é o primeiro passo para evitar cair!
O que contribui para as Quedas na Doença de Parkinson?
Os sintomas motores da Doença de Parkinson
Os sintomas motores, que são a bradicinesia (lentidão dos movimentos), a rigidez e os tremores, somados à alteração de postura, contribuem para o risco de quedas.
A própria rigidez e lentidão dos movimentos das pernas, pode levar a dificuldade de andar e dificuldade para manter o equilíbrio e favorecendo quedas. Há, ainda rigidez do tronco, a que chamamos de rigidez axial.
A rigidez axial, leva a diminuição na flexibilidade dos movimentos relacionados à postura, gerando uma instabilidade postural (perda do equilíbrio), aumentando as chances de que a pessoa caia.
A alteração da postura, frequentemente associada à rigidez axial, leva à mudança do centro da gravidade do seu corpo.
O que quer dizer isso?
> O centro de gravidade (ou centro de massa) representa o ponto vertical de equilíbrio do corpo em relação à superfície.
A depender da postura momentânea (para frente, para trás ou para o lado), o corpo tem que adaptar para retornar ao equilíbrio, senão, a pessoa cai.
> O paciente com Parkinson e outras doenças semelhantes, tendem a apresentar um corpo "curvado", em que projetam o tronco para frente (ou muitas vezes para o lado), como se tivessem caindo. Em uma tentativa espontânea e inconsciente de não cair, a pessoa tende a apressar os passos (correndo ou aumentando o número de passos), dando um aspecto de marcha de pequenos passos, também chamada de marcha festinante. Como dito, essa é uma tentativa de não perder o equilíbrio. No entanto, devido à lentidão e à rigidez, características da doença, essa tentativa pode ser frustrada, tendo como resultado, quedas.
Os sintomas não-motores da Doença de Parkinson
No paciente com Parkinson, existem sintomas não relacionados aos movimentos, a qual chamamos de sintomas não-motores.
Todo sintomas presente e característico da Doença de Parkinson que não esteja associado diretamente ao movimento voluntário de braços, pernas e do tronco, agrupamos como sendo os 'sintomas não-motores'.
Os sintomas não motores envolvidos com quedas no Parkinson são:
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Hipotensão ortostática: que é uma resposta inadequada da pressão arterial à mudança da postura. Ou seja, há uma diminuição exacerbada da pressão quando o paciente fica em pé de uma posição anterior deitada ou sentada. Pode levar a sintomas de tontura, escurecimento visual, palpitações e quedas.
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Fadiga: Sensação de cansaço, esgotamento físico ou mental, pode levar o paciente a ter mais dificuldade ao andar ou realizar os movimentos, levando a maior risco de quedas.
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Alteração da função cognitiva: Podem ocorrer principalmente no paciente com Parkinson em fases mais avançadas. Há dificuldade no planejamento ou na execução de tarefas, levando a prejuízo na capacidade de selecionar, inibir, organizar e sequenciar informações. Isso pode levar a distração, dificuldade no reconhecimento de perigos no ambiente ao seu redor e limitação em reações naturais frente a uma situação, levando ao aumento no risco de quedas. Pode haver ainda, dificuldade em realizar ações simples, que previamente se fazia de forma automática, como andar. O paciente "desaprende" a andar, a qual chamamos de apraxia de marcha. Geralmente presente em estágios muito mais avançados.
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Ansiedade: Distúrbios do humor são comuns na Doença de Parkinson e podem aumentar o risco de quedas, à medida que o paciente fica nervoso, ansioso, ou apressado ao tentar fazer movimentos e perceber a dificuldade.
Como prevenir as quedas relacionadas à Doença de Parkinson?
Uma vez que o maior risco envolve os sintomas característicos da própria doença, a forma mais eficaz de evitar quedas, é tratar de forma eficaz a Doença de Parkinson!
Isso quer dizer, que o tratamento deve ser sempre otimizado e ajustado à medida que novos sintomas apareçam. É fundamental que seja realizado uma acompanhamento médico periódico, para que o neurologista tente identificar algum sintoma ainda não perceptível ao paciente ou aos familiares.
Como a Doença de Parkinson é uma doença progressiva (já falamos sobre isso), novos sintomas são esperados ao longo do tempo e quase sempre os sintomas evoluem de forma sutil.
Além disso, podemos diminuir a chance de quedas, realizando:
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Fisioterapia: Que no paciente com Parkinson deve ser periódica e ser iniciada o mais precocemente possível ( e não esperar ter alguma dificuldade).
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Atividade física: Atividade aeróbica regular, como caminhar, bicicleta, por pelo menos 40 minutos por dia, por pelo menos 3 vezes por semana). Pode ser lenta e deve ser supervisionada a depender do estágio da doença.
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Outras atividades são muito indicadas também, mas devem ser somadas à fisioterapia e não em substituição a ela. São elas: Pilates, Yoga, Hidroginástica, dentre muitas outras.